
Vitamina D e saúde : Tudo o que precisas saber.
A vitamina D é uma substância vital para o funcionamento do organismo humano, desempenhando um papel fundamental na saúde óssea, no sistema imunitário e em diversos processos metabólicos. Embora seja vulgarmente conhecida como a "vitamina do sol", a sua ação no corpo humano assemelha-se mais à de uma hormona esteroide, pois é sintetizada na pele em resposta à exposição à radiação ultravioleta B (UVB).
Apesar da importância, a deficiência de vitamina D é altamente prevalente em todo o mundo, incluindo Portugal e Brasil, afetando milhões de pessoas. Neste artigo, exploramos em detalhes o que é a vitamina D, como o nosso corpo a obtém, o seu papel na imunidade e os impactos da sua deficiência na saúde.
VITAMINA D: VITAMINA OU HORMONA?
Embora seja chamada de "vitamina", a vitamina D é, na realidade, uma hormona esteroide que regula inúmeras funções no organismo. Diferentemente das vitaminas clássicas, que devem ser obtidas exclusivamente pela alimentação, a vitamina D pode ser sintetizada na pele através da exposição solar.
Existem duas formas principais de Vitamina D:
-Vitamina D3 (colecalciferol): Sintetizada na pele pela ação dos raios UVB é encontrada em alimentos de origem animal.
-Vitamina D2 (ergocalciferol): Obtida a partir de fontes vegetais, como fungos e cogumelos expostos à luz UV.
Após ser produzida ou ingerida, a vitamina D passa por duas transformações metabólicas:
1. Conversão no fígado - A vitamina D é transformada em 25-hidroxivitamina D [25(OH)D], a forma circulante utilizada nos exames de sangue para avaliar os níveis da vitamina.
2. Ativação nos rins e noutros tecidos - a 25(OH)D é convertida n sua forma biologicamente ativa, 1,25 dihidroxivitamina D [1,25(OH)₂D], também chamada calcitriol, que atua regulando a absorção de cálcio, fósforo e a função de vários tecidos.
Curiosamente, estudos demonstram que células do sistema imunitário, como macrófagos e monócitos, também são capazes de ativar a vitamina D, demonstrando a sua importância na imunidade.

Há três formas principais de obter vitamina D:
Exposição Solar
A principal fonte de vitamina D é a sua síntese na pele após exposição aos raios UVB do sol. No entanto, a produção de vitamina D pode ser afetada por vários fatores:
- Latitude e estação do ano: Em países acima de 40° de latitude ( como Portugal), a síntese de vitamina D é muito reduzida no inverno.
- Horário do dia: O período ideal para a síntese de vitamina D ocorre entre às 11h e às 14h, quando os raios UVB estão mais intensos.
- Uso de protetor solar: O uso de protetor solar com FPS acima de 30 pode reduzir a síntese de vitamina D em 95%. Para garantir níveis adequados de vitamina D, recomenda-se uma exposição solar diária de 15 a 30 minutos, sem protetor solar, com braços e pernas expostos. Após esse período, é aconselhável aplicar protetor solar para prevenir os dados que são causados pelos raios UVA, optando sempre por cosmética natural.
Alimentação
Embora a alimentação contribua para os níveis de vitamina D, geralmente não é suficiente para contribuir as necessidades diárias. Os alimentos mais ricos em vitamina D incluem:
- Peixes gordos (salmão, sardinha, atum, truta, ostras e cavala)
- Óleo de fígado de bacalhau e de salmão;
- Gema de ovo;
- Carnes (frango, peru e vísceras em geral);
- Cogumelos expostos à luz UV. ( preferível de origem orgânica).
Suplementação
Devido à alta prevalência de deficiência de vitamina D, a suplementação é recomendada para grupos de risco, como idosos, pessoas com pouca exposição solar e indivíduos com doenças autoimunes. As doses recomendadas variam, sendo geralmente entre 400 a 800 IU por dia, para adultos saudáveis, podendo ser superiores em casos de deficiência ou doenças autoimunes confirmadas.

Vitamina D e o Sistema Imunitário
A vitamina D tem funções essenciais na imunidade, influenciando tanto a imunidade inata como a adaptativa.
- Estimula a produção de. Péptidos antimicrobianos, como a catelecidina (LL-37) e a β-defensiva 2, que ajudam a combater infecçoes bacterianas e virais.
- Reduz a inflamação descontrolada, ajudando a evitar danos nos tecidos e minimizando o risco de doenças autoimunes.
- Regula a atividade de macrófagos, manócitos e linfócitos T e B, sendo fundamental para a defesa contra agentes patogénicos.
Estudos indicam que níveis baixos de vitamina D aumentam o risco de infeções respiratórias, incluindo COVID-19.
As Consequências da Falta de Vitamina D
A carência de vitamina D pode originar diversos problemas de saúde, tais como:
- Fraqueza muscular e fadiga;
- Dores ósseas e articulares;
- Aumento do risco de osteoporose e fracturas;
- Maior predisposição a infeções;
- Depressão e alterações de humor;
- Risco aumentado de doenças autoimunes, cardiovasculares e neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Prevalência da Deficiência de Vitamina D: Portugal vs. Brasil
Apesar da abundância de sol, Portugal e Brasil apresentam elevadas taxas de deficiência de vitamina D.
PORTUGAL - Um estudo publicado na revista científica Archives of Osteoporosis, indica que 66% dos adultos tem deficiência de vitamina D. Nos Açores, a prevalência atinge 82%, enquanto no Algarve, onde há mais exposição solar, apenas 45% da população tem carência.
BRASIL - A deficiência de vitamina D também é frequente, especialmente em cidades como São Paulo e 12,7% e 52,1% em Curitiba, sobretudo no inverno. Já Salvador, devido à sua localização geográfica, apresenta melhores níveis.
Na Europa em geral, cerca de 40% da população apresenta. Insuficiência de vitamina D, sendo mais comum em países nórdicos e em indivíduos de pele mais escura.
A vitamina D é uma hormona essencial para equilíbrio do organismo, influenciando a saúde óssea, e a imunidade e a prevenção de doenças crónicas. Dado o elevado número de pessoas com deficiência desta vitamina, é essencial promover estratégias de saúde pública que incentivem uma exposição solar adequada, uma dieta equilibrada e suplementação quando necessário, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para à população de forma geral.
Só, alimentação e hábitos saudáveis são a chave para manter níveis adequados de vitamina D e garantir um organismo forte e equilibrado.

Deborah Peres
Coordenadora Editorial
Criadora de Conteúdo e Redação
Idealizadora do projeto Naturamente
Finalista em Naturopatia – COOPMIC Portugal
Esteticista e Cosmetologista – UNIC Brasil
Formação complementar em Coaching de Saúde e Bem-Estar: Abordagem Integrativa
Criadora de Conteúdo e Redação
Idealizadora do projeto Naturamente

Jady Firmino
Coordenadora
Revisão e Coordenação de Artigos
Tutora Geral
Naturopata – IPN Lisboa
Especialista em Modulação Intestinal e Neurodesenvolvimento Fetal
Escritora do livro infantil sobre microbiologia intestinal: Os Bichinhos do Bem
Idealizadora do projeto de educação alimentar e saúde infantil: Nutrir Gerações