
Alga Kombu na Cozedura de Leguminosas e Vegetais
Um abraço suave à nossa digestão e à natureza…
Na cozinha natural, cada detalhe importa. Cada erva, cada gesto, cada ingrediente carrega consigo uma história, um saber antigo, um convite ao cuidado. E hoje quero partilhar contigo uma dessas pérolas simples e poderosas: a alga kombu.
Talvez já tenhas ouvido falar dela, talvez até a tenhas visto nas prateleiras de uma loja biológica ou numa feira de produtos naturais… Mas sabes mesmo o que ela pode fazer pelos teus pratos e, mais importante, pela tua digestão?
Vem comigo descobrir este truque ancestral que transforma a forma como cozinhamos e sentimos o alimento no corpo.
O que é a alga kombu?
A kombu é uma alga marinha, rica em minerais, muito usada há séculos na cozinha japonesa e macrobiótica. Cresce em águas frias e limpas, formando folhas espessas e cheias de nutrientes.
Mas não é só no Oriente que o mar nos oferece tesouros assim. Aqui em Portugal, o Atlântico também guarda algas semelhantes, e aos poucos, esse saber vai ganhando espaço nas nossas cozinhas, como um resgate da sabedoria natural que sempre fez parte dos nossos povos.
A kombu é especialmente conhecida pelo seu teor de iodo, essencial para o bom funcionamento da tiroide, além de ser fonte de cálcio, ferro, magnésio e fibras. Mas o que a torna mesmo especial na cozinha vai além dos nutrientes.

Por que usar kombu ao cozinhar leguminosas e vegetais?
Se já cozinhaste feijão, grão-de-bico ou lentilhas, sabes que, apesar dos benefícios, nem sempre o nosso corpo recebe bem esses alimentos. Inchaço, gases ou digestão lenta são queixas comuns, especialmente se as leguminosas não forem preparadas da forma certa.
É aí que entra o poder da kombu. Usada na cozedura, ela ajuda a:
Reduzir compostos difíceis de digerir, como os famosos antinutrientes (fitatos, lectinas);
Tornar os grãos mais macios e cremosos, sem desmanchar;
Facilitar a digestão e reduzir gases, deixando o prato mais leve;
Enriquecer o alimento com minerais vindos do mar;
E ainda aporta um sabor subtil, quase impercetível, mas que realça o sabor dos ingredientes.
Além disso, a kombu pode ser usada em cozeduras de vegetais como brócolos, couves, cenouras, e até em caldos caseiros, potenciando o sabor e os benefícios sem complicação.

Como usar kombu na prática: passo a passo
Nada de complicações. Cozinhar com kombu é simples e intuitivo:
Para leguminosas (feijão, grão, lentilhas):
Demolha:
Coloca os grãos de molho por 8 a 12 horas. Podes juntar uma tira de kombu à água da demolha — ela começa logo ali a fazer o trabalho de suavizar e preparar.Cozedura:
Escorre a água da demolha (leva junto os antinutrientes).
Cobre com água nova, coloca uma tira de kombu (2 a 5 cm) e deixa cozinhar.
O tempo de cozedura varia conforme o grão, mas vais notar que ficam mais tenros, cozinhando de forma mais uniforme.Finalização:
Retira a kombu no fim (ou pica-a e junta ao prato, se gostares). Tempera a gosto, preferencialmente no final da cozedura para preservar a textura e o sabor.
Para vegetais (brócolos, couves, etc.):
Junta uma pequena tira de kombu à água da cozedura.
Cozinha os vegetais normalmente.
Retira a alga no final (ou aproveita para integrar no prato, também enriquece as saladas e os caldos).

Benefícios que se sentem no corpo
Usar kombu não é apenas um ritual de cozinha, é um gesto de cuidado com o corpo e com a natureza:
Melhora a digestão, evitando desconfortos;
Potencializa a absorção de minerais, importante para ossos, sangue e energia;
Oferece iodo natural, essencial para a saúde da tiroide;
Suaviza o sabor, trazendo equilíbrio e um toque de umami, aquele sabor subtil que os japoneses descrevem como o "quinto sabor", presente em alimentos curados, caldos e algas;
Sustenta a saúde intestinal, graças às fibras e polissacáridos que nutrem o microbioma.
Há algo de belo em trazer para a nossa cozinha práticas que já atravessaram séculos e culturas. A kombu representa isso: o respeito pela natureza, a escuta do corpo, o resgate de tradições que cuidam de nós de dentro para fora.
É um daqueles detalhes simples, mas que fazem toda a diferença, especialmente se, como eu, procuras um caminho de saúde que una ciência, intuição e a sabedoria antiga.
Dica extra
Se não encontras kombu facilmente, procura em lojas biológicas, mercados naturais ou herbanárias.
Dá sempre preferência a algas de origem sustentável, colhidas de forma responsável, respeitando os ciclos do mar.
E lembra-te: menos é mais. Um pedacinho de kombu já faz o trabalho.
Que este saber antigo te inspire a olhar a tua cozinha com mais intenção, mais presença e, claro, com muito sabor e leveza.
Se experimentares, conta-me, adoro saber como pequenas mudanças podem transformar o nosso dia a dia.

Deborah Peres
Coordenadora Editorial
Criadora de Conteúdo e Redação
Idealizadora do projeto Naturamente
Finalista em Naturopatia – COOPMIC Portugal
Instrutora de Yoga em formação - Yoganaya International School
Esteticista e Cosmetologista – UNIC Brasil
Formação complementar em Coaching de Saúde e Bem-Estar: Abordagem Integrativa
Criadora de Conteúdo e Redação
Idealizadora do projeto Naturamente